sexta-feira, 13 de abril de 2012

Peixe Elétrico da Amazônia

Como vive o peixe-elétrico da Amazônia


Divulgação/URFPE
Poraquê adulto pode pesar 20 quilos
O rio Amazonas guarda lugares de águas turvas e fundos lodosos, onde a visão subaquática limita-se a pequenas distâncias - mesmo durante o dia. E é justamente nesses locais que vive uma das mais fantásticas obras da natureza, o peixe-elétrico da Amazônia.

Esse o peixe-elétrico, que pode chegar a dois metros de comprimento, é conhecido popularmente como poraquê (Electrophorus electricus). Mergulhe agora nas profundezas obscuras das águas amazônicas e descubra por que esse animal desperta, cada vez mais, a atenção da comunidade científica.

As características do peixe-elétrico

O poraquê possui o corpo alongado e cilíndrico, com apenas uma nadadeira anal, que se estende por quase todo o abdome - lembra a forma de uma enguia. Sua cabeça é achatada e a boca é equipada com uma fileira de dentes cônicos e afiados. A cor desse animal é sempre muito escura, porém a parte ventral de seu corpo é amarelada.

Por vezes a parte superior é marrom-escuro com pintas mais claras. Segundo Carlos David Santana, professor do Departamento de Pesca da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco), o peso corpóreo de um Electrophorus electricus adulto pode atingir 20 quilos.

O nome poraquê, na língua tupi, significa "o que coloca para dormir". Na verdade, esse peixe não poderia ter nome melhor. Graças à presença de células musculares especializadas, seu corpo é capaz de produzir energia (eletrogênese) e captá-la (eletro-recepção). Essas células, chamadas eletrócitos, encontram-se na cauda do animal - que corresponde a 90% do corpo do Electrophorus electricus. Um peixe-elétrico adulto pode ter cerca de dez mil mioeletroplacas, que são conjuntos de eletrócitos.

Choque cavalar

A diferença entre uma célula muscular normal e um eletrócito é que, enquanto a primeira se contrai ao receber um estímulo nervoso, a segunda é adaptada para transformar a excitação em eletricidade. Isso acontece por meio da entrada e saída de íons, com cargas positivas e negativas, nas células.

Esse fenômeno torna o poraquê capaz de matar um cavalo, com um choque de mais de 500 volts. Segundo diversos estudos realizados pelo INPA, esse peixe é capaz de produzir até 1500 volts. Não é de se admirar que o Electrophorus electricus já tenha feito muita gente "dormir".

O poraquê pode ser comparado a uma pilha, já que a parte da frente de seu corpo tem carga positiva, enquanto a ponta de sua cauda é de carga negativa. Por isso, se uma pessoa pegar na cabeça e na extremidade final de seu corpo ao mesmo tempo, o choque terá o poder de "fritar" a vítima em questão de segundos.

Visão elétrica

As mioeletroplacas recebem terminações nervosas e arranjam-se como baterias ligadas em série. Assim, quando uma delas recebe um estímulo nervoso, a eletroplaca dispara e ocorre uma reação em cadeia -a anterior ativa a seguinte.

Se o peixe-elétrico produzisse descargas elétricas contínuas, o gasto energético seria enorme. Por isso ele economiza energia através de pulsos elétricos de baixa voltagem. Para se ter uma idéia do poder elétrico do poraquê, a taxa de pulsos emitida por ele é de 1700 pulsos por segundo, enquanto a freqüência de pulsos de uma carpa é de 50.

Esses pulsos servem para enxergar no escuro. É por meio das ondas elétricas que o poraquê se localiza e encontra suas presas - da mesma forma que os morcegos utilizam as ondas sonoras para a sua orientação.

Enquanto as eletroplacas emitem ondas elétricas para o meio ambiente, os eletro-receptores presentes na pele do peixe-elétrico recebem-nas de volta. Assim como as eletroplacas, os eletro-receptores são células especiais ligadas a terminações nervosas. Essas terminações nervosas levam a informação elétrica ao cérebro do peixe, que a traduz. Desse modo, o poraquê tem a "imagem" de tudo o que o cerca.

Peixe que respira ar

O risco do contato com o poraquê é maior na superfície, pois esse peixe-elétrico precisa do ar atmosférico tanto quanto os animais terrestres para obter oxigênio - outro motivo de encanto para os cientistas.

Na bacia Amazônica, a variação sazonal ou mesmo diária da quantidade de oxigênio na água é grande. Por isso, a natureza adaptou o sistema respiratório do poraquê para que esse animal pudesse retirar oxigênio do ar. Esses peixes se afogam se não atingirem a superfície para respirar. Então, na linguagem científica, diz-se que o peixe-elétrico é um respirador aéreo obrigatório.

Esta espécie possui brânquias, mas faz a captação do ar atmosférico pelas superfícies e câmaras bucais/faríngeas (o céu da boca é cheio de reentrâncias altamente vascularizadas, formando uma grande área de absorção/troca gasosa). Via de regra, muitas espécies de peixes de água doce tropicais têm respiração aérea obrigatória ou facultativa, pois evoluíram em locais com muita matéria orgânica em decomposição e elevada temperatura, portanto pobre em oxigênio, e qualquer grande superfície bem vascularizada realiza trocas gasosas com certa eficiência.

*Mariana Aprile é estudante de biologia na Universidade Presbiteriana Mackenzie e bolsista de Iniciação Científica do Mackpesquisa (PIBICK).

Ararajuba

Nome cientifico: Aratinga garouba
Quanto mede: 34 cm, mais a cauda, que é bem longa
Quanto Vive: 50 anos
0 que come: Coquinhos, manga, mamão, jabuticaba
Onde vive:Vivia em todo o Nordeste, hoje só no Maranhão e no Pará
Causas da extinção: Destruição do meio ambiente
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A ararajuba é um psitacídeo (ordem de aves que incluem as araras, papagaios e periquitos) que só ocorre no Brasil, nos estados do Pará e Maranhão. Seu nome vem do tupi e significa “arara amarela”. A distribuição geográfica bem restrita e a beleza exuberante, alvo do tráfico de animais, são fatores que contribuem para o declínio das populações de ararajuba na natureza, que se encontra ameaçada de extinção.
Possui cerca de 34 cm de comprimento e exibe as cores do Brasil, verde e amarela, em suas penas. Devido à sua coloração “patriota”, em 2002 concorreu com o sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris) ao título de ave-símbolo do país. Após a realização de uma enquete ela perdeu para o sabiá, que possui maior valor em obras literárias e músicas brasileiras do que a ararajuba.
A ararajuba é um animal fiel, fica sempre com a mesma companheira e, mesmo vivendo em bandos, na hora de acasalar e montar o ninho, o casal se afasta do grupo. Quando a ararajuba vai procriar, ela muda sua vocalização, que é "crá, crá, crá", passando a gritar "cuó, cuó".

Xexeu

Xexéu

O Xexéu é um passeriforme da família Icteridae. Espécie muito conhecida no Norte e Centro-oeste do País. Conhecido também como Japiim, Japiim-xexéu, Japim, Japuíra, João-conguinho e Xexéu.

Características

O macho mede de 27 a 29,5 cm de comprimento e a fêmea de 22 a 25 cm, pesa de 60 a 98 g. O imaturo é de cor de fuligem em vez de negra. As fêmeas são bem menores que os machos. O canto é tão variado que as vezes causa a impressão de um coro de vários exemplares. É comum os indivíduos imitarem perfeitamente aves (ex.: tucano, papagaio) e mamíferos (ex.: ariranha).


xexéu adulto

Alimentação

Onívoro, alimenta-se principalmente de frutos e sementes. Saqueia às vezes ninhos de outros pássaros.


xexéu se alimentando

Reprodução

Atinge a maturidade sexual aos 24-36 meses. Reproduzem em colônias, onde reina a poliginia (um macho acasalando com várias fêmeas). Faz ninho de folhas de palmeiras, gravetos e capim com a forma de uma bolsa pendurada com 40 a 70cm de comprimento, relativamente curta e larga quando comparada ao dos japus. Os ninhos ficam agrupados em colônias, instaladas freqüentemente em árvores baixas, algumas vezes sobre a água, nos galhos em que haja a presença de formigueiros e de alguns vespeiros. Às vezes os ninhos podem estar na mesma árvore que os de japus, porém é mais comum estarem em uma árvore adjacente ou isolados. Põe 2 a 3 ovos branco-azulados com manchas, pontos e listras marrom-escuras ou pretas, tendo de 2 a 3 ninhadas por período reprodutivo.


Casal de xexéu

Ninho de xexéu

Hábitos

É comum em bordas de florestas (sobretudo de várzea), campos com árvores, cerrados e florestas de galeria. Vive em bandos de tamanhos variáveis.

Bando de xexéu

Distribuição Geográfica

Presente em regiões separadas:
  1. em toda a Amazônia, estendendo-se para o sul até o Mato Grosso do Sul e Goiás e;
  2. no nordeste, do Maranhão ao noroeste do Ceará e do Pernambuco ao sul da Bahia;
  3. e em Minas Gerais
Encontrado também no Panamá e em todos os demais países amazônicos - Guianas, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia.


  Ocorrências registradas no WikiAves

Referências

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Cobra Bicuda

Oxybelis fulgidus - Cobra Bicuda; Papagaia; Cobra-Cipó; Cobra Verde; Green Vine Snake.

Diversos nomes para uma das serpentes que mais despertam meu interesse e admiração.
Seus tons de verde a tornam praticamente invisível aos olhos de seus predadores e presas; devido ao seu hábito arborícola e diurno.

Encontrada frequentemente termorregulando em galhos de árvores, se alimenta principalmente de lagartos e também de aves, caçando geralmente por espreita, ou seja, espera sua presa se aproximar, despercebida, e então a imobiliza através de uma forte mordida e com sua peçonha.
Não é um animal tido como peçonheto, porém, esta serpente possui um tipo de dentição chamada de "opstóglifa". Opsto = Depois, fundo; Glifa = Dente, dentição, ou seja, esta serpente, assim como outras tantas possui um par de presas fixas, pequenas, sulcada e não móveis, no fundo de sua maxila, por onde escorre sua peçonha, suficiente para imobilizar e matar suas presas.

Serpente de temperamento tranquilo, quando não importunada, tem como primeiro método de defesa sua camuflagem; quando acuada tende a fugir, ai então, se a fuga não for pertinente, pode desferir dolorosas mordidas a seus predadores ou "pertubadores". Pode atingir cerca de 2 metros de comprimento, com um corpo delgado e leve, típico porte de serpente arborícola, conferindo à ela leveza e agilidade sobre as árvores. Possui uma característica muito peculiar, presente em poucas serpentes, sendo considerada uma característica evolutica bem superior.

Esta espécie, além de outras de parentesco próximo, possui visão binocular, o que lhe permite enxergar em uma campo com profundidade muito maior, e mais real dos objetos, presas e possíveis predadores. Possui um tipo de "sulco", partindo da região anterior ao olho até a região posterior à narina, por onde ela consegue enchergar, em outras palavras, esta serpente pode lhe encarar "de frente" rs...

Possui uma característica defensiva muito interessante. Além de possuir cores que a camuflam perfeitamente em meio aos galhos e folhas verdes, esta serpente adota uma postura típica de se mover, e permanecer imóvel, imitando o balançar de galhos e folhas, como se estivesse sendo "balançada" pelo vento.

Se isso já não bastasse, esta cobra, ao dardejar sua língua, geralmente vibra somente a região mais distal da mesma, evitando ao máximo um movimento muito brusco da língua, tornando-se assim menos visível à seus possíveis predadores.